BICICLETAS AMBIENTE:
ECONOMIAS DE QUINTAL
OBJETO MOBILIÁRIO, PERCURSOS, SITUAÇÕES E VÍDEO
2016
Este trabalho constou da construção de objeto mobiliário múltiplo, experiências de percursos em diversas regiões da cidade no sentido da descentralização, e oito situações relacionais aproximando produtores e serviços, para provocar uma discussão sobre mobilidade e trabalho (produção, distribuição e consumo) numa microescala urbana.
O objeto mobiliário foi construído a partir da adaptação de duas bicicletas com a inserção de estruturas de bambu e algumas bolsas, e foi utilizado para a coleta e transporte de materiais. Quando as bicicletas estão paradas, as estruturas podem ser desmontadas, remodeladas e transformadas em mesas instaladas em diversos locais.
O trabalho se deu a partir de experiências de percursos com as bicicletas adaptadas por oito regiões (correspondendo às direções norte, sul, leste e oeste da cidade) para conhecer pessoas e fazer um levantamento de produtos e serviços existentes nos locais, tais como hortas comunitárias, criação de animais, costureiras, criadores de peixes, cuidadores de nascentes, jardineiros, floristas, cozinheiras etc.
Esse mapeamento prévio nos levou a realizar oito situações, que foram os momentos em que estacionamos as bicicletas em ruas, praças e espaços comunitários, articulando os produtos coletados, grupos de pessoas e atividades. As situações envolveram também conversas gravadas e posteriormente transcritas, e a realização de um vídeo.
O trabalho, nas suas diversas instâncias, propôs discutir o grau de autonomia e independência dos moradores por meio das manifestações e práticas da economia local e provocar outros imaginários sobre como viver nas cidades. Uma ideia de aproximar trabalho e moradia; a prática do transporte pelo uso da bicicleta e do trajeto entre bairros; e a ampliação dos sentidos de natureza, não como algo externo à cidade, mas como aquilo que faz parte do dia a dia.
As trocas e diálogos com moradores e colaboradores de diferentes regionais da capital foram momentos para discutir microeconomias e autonomia, numa tentativa de subverter a ordem econômica de caráter global e homogeneizante.
O projeto foi realizado com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte.
Publicações
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